Bianchi Ocelot MTB Fixa (pinhão Surly Dingle 21x17 e a altura do mov.central é 29cm)

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Como Manter Baixos os Custos de Manutenção da Bike Fixa

Objetivo do post não é dizer como fazer a manutenção detalhadamente, mas dar uma ideia geral de onde focar os esforços de manutenção de uma bike fixa urbana de modo a minimizar os gastos.


Ressalva: As recomendações de manutenção têm como escopo uma fixa urbana comum / tradicional – seja ela convertida ou com quadro especifico de fixa/pista. Este post vai atender uns 95% das fixas que estão rodando hoje. E, que podem ou não serem aplicáveis a bikes de pista profissionais, e que nesse caso sugerimos que você consulte profissionais especializados nesse tipo de bike.

Este guia simplificado de manutenção de fixa/singlespeed se concentra nas partes móveis da fixa que mais são afetadas pela exposição às intempéries ou pelo uso intensivo.


Manter os custos de manutenção baixos também depende da escolha do tipo de materiais das peças / componentes. Ou ainda, se o componente tem uma vedação adequada para minimizar a entrada de detritos que desgastam internamente a peça, tais como cubos, e a caixa de direção. Exemplifico. (A) Recentemente conversando com o dono de uma bicicletaria ele me contou que um cliente pediu uma revisão de umas rodas de pista equipadas com cubos Dura Ace Track. Esses cubos não vêm com a vedação instalada. Um dos cones estava trincado e as esferas bem danificadas, obviamente causadas pelo uso nas ruas que tem muitíssimo mais sujeira que um velódromo top de linha. Ou seja, alguém que usa a sua fixa faça chuva ou faça sol deveria usar como cubo fixo um convertido de MTB e na dianteira um cubo antigo de MTB pré-V-Brake, por exemplo, o modelo Parallax da Shimano ou ainda cubo Suntour XC Pro (estes não são mais fabricados, mas existem por aí) – que possuem uma excelente vedação. (B) Atualmente são vendidos pinhões parafusados de alumínio, mas a durabilidade do mesmo é 1/5, ou seja, cinco vezes menor que um de aço cromoly temperado; ou cerca de 1/3 de um pinhão de aço comum. (C) O mesmo se pode dizer da durabilidade de uma coroa de alumínio em relação a uma coroa de aço. No caso das coroas alguns vão alegar razões estéticas ou peso adicional. O peso adicional é muito pouco frente ao ganho da durabilidade. Minhas estimativas da durabilidade do aço versus alumínio estão baseadas neste artigo publicado no site: www.63xc.comAQUI.

Escutei varias vezes coisas similares a isto nas bicicletarias e em foruns sobre bikes: “Quando você troca a corrente precisa também trocar as coroas e o K-7/roda-livre”; ou seja, trocar a transmissão inteira!!! Isso é meia verdade!!! Isso ocorre por que o ciclista continua a usar a corrente depois que laceou e isso danifica /desgasta irregularmente a coroa e o pinhão!!! Para evitar gastos desnecessários, basta trocar a corrente antes dela lacear completamente, e para saber o momento da troca basta usar uma ferramenta que indica isso. Um medidor de desgaste da corrente é o melhor investimento que o fixeiro pode fazer para manter seus custos baixos. Ressalte-se que a corrente é um dos componentes mais baratos de uma fixa comum.

Um aspecto importante para definir a frequência e a extensão da manutenção da sua fixa urbana é o uso dela, em que condições climáticas ela é exposta; ou seja, o Contexto de uso da mesma pelo ciclista. Vejamos duas situações extremas: a) a fixa é usada para lazer, ela roda basicamente quando o clima está bom (sem chuva); e, b) no outro extremo a fixa é usada por um “Messenger” – bikeboy, que trampa o dia inteiro fazendo entregas; ou ainda a fixa é usada para deslocamento diário casa-trabalho, faça chuva ou faça sol.

No primeiro caso, a manutenção pode ser bem espaçada ou esporádica, e basicamente consiste em checar se a corrente não está laceada – existe ferramenta para isso. Se estiver laceada basta trocar; caso contrário basta limpar a corrente com desengraxante e lubrificar novamente.

No outro extremo, a frequência de verificação da corrente e/ou sua limpeza devem ser bem maior, e deverá incluir outros componentes: cubos, movimento central, pedais e caixa de direção. A frequência da manutenção também precisa ser maior quando a fixa for equipada com componentes de pista profissionais (os quais não possuem vedação) e eles são utilizados nas ruas.

É importante mencionar que a manutenção da fixa tem muitas coisas em comum com a manutenção de bikes de speed.



A Manutenção da Transmissão da Fixa

É onde se deve concentrar a manutenção preventiva, pois é o conjunto de componentes da fixa mais estressados na pedalada e que estão mais expostos às intempéries, e a qualidade do pavimento aonde a bike roda.

A transmissão da fixa inclui pinhão, coroa e a corrente.

O melhor investimento em termos de manutenção é comprar a ferramenta que mede o desgaste da corrente, se ela laceou e que, portanto deve ser descartada. Existem de diversas marcas: Shimano, Park Tool, Topeak, BBB, Weldtite/Cyclo, Rohloff, Ice Tools etc etc . A ferramenta da Shimano é considerada a mais precisa.

Fatores que afetam a longevidade da corrente:

1) Relação Coroa x Pinhão: Uma relação muito pesada força em demasia a corrente, o que faz com que ela laceie rapidamente;

2) Tensionamento da Corrente: O tensionamento excessivo juntamente com uma relação pesada acelera o desgaste da corrente, ou seja, ela laceia prematuramente;

3) Condições climáticas: Se você usa sua fixa faça chuva ou faça sol, então ela requer uma limpeza mais frequente. Ciclistas que pedalam em cidades praianas também precisam fazer com mais frequência à limpeza da corrente dada a umidade e a maresia.

4) Condições da Pista/Terreno: Se você transita em ruas com muita terra, areia e sujeira isso vai grudar na corrente diminuindo a durabilidade – terra/areia atuam como se fossem um esmeril na corrente e nos demais componentes da transmissão. E, para evitar isso obviamente é necessário uma limpeza mais frequente.

5) Lubrificação: A falta de lubrificação adequada encurta a vida útil da corrente.


Ferramentas /Materiais Necessários – Limpeza / Lubrificação da Corrente

- aparelho limpa-corrente, recipiente ou garrafa “squeeze” de plástico com boca grande;

- escovas de dente velhas ou outra similar;

- estopas ou retalhos de tecido;

- ferramenta quebra-corrente (necessária se usar um recipiente ou garrafa “squeeze” para limpeza);

- desengraxante (vide comentário abaixo);

- lubrificante para corrente (use o tipo “seco”) ou parafina;

Desengraxante: Existe uma miríade de opções, que vão desde aquelas feitas em casa até os de uso industrial. Não vamos entrar no mérito de cada uma dessas opções, e obviamente algumas são melhores que as outras. O importante é que a alternativa escolhida não elimine totalmente a lubrificação original de fabrica.  A lubrificação de fabrica é feita sob pressão de modo que ela atinge as partes mais recônditas da corrente. Lembrando que o desengraxante do tipo querosene, thinner etc. tem uma viscosidade/densidade muito menor que o lubrificante; ou seja, penetram mais que o lubrificante e retiram a lubrificação de onde ela não devia ser retirada. Como a relubrificação é feita à conta-gotas ela não penetra nessas partes mais recônditas da corrente.


Uma receita caseira disseminada na internet é: uma parte de detergente neutro de cozinha (50%) e uma parte de suco de limão (50%). Resulta que essa mistura devido ao alto teor de limão (ácido cítrico) acaba atacando o metal da corrente. A superfície da corrente tem um tratamento anti-oxidante e o excesso de limão / ácido cítrico ataca ele.

No Youtube tem um vídeo (do site ondepedalar.com) onde são comparados dois desengraxantes: CIF Desengordurante (uso doméstico e a venda nos supermercados); e o desengraxante Clarus MSE 12 (uso industrial e a venda em lojas especializadas ou via internet).  O Clarus MSE 12 é um pouco mais eficiente, mas o seu custo é bem mais elevado. Essa eficiência pode ser traduzida no seguinte: leva menos tempo para fazer o serviço que o CIF Desengordurante.

A solução, em minha opinião, é dar uma turbinada no CIF Desengordurante com suco de limão, acrescentando 20%.  Ou seja, para cada 500 ml de CIF Desengordurante acrescentar 125 ml de suco de limão; então teremos quatro partes de CIF Desengordurante (80%) e uma parte de suco de limão (20%). Conversando com um amigo ciclista de MTB sobre desengraxantes, ele usa o Rodabrill – Lava Motor e Rodas de fabricação nacional. Uma bicicletaria conceituada usa o desengraxante Algoo, isso depois de testarem vários outros.

IMPORTANTE: O finado Sheldon Brown comentava que esse assunto de como limpar/conservar a corrente é meio “religioso”, e cada um de nós tem a sua “religiosidade”.

Caso o leitor discorde da minha opção, não tem nenhum problema, faça do jeito que você julga ser melhor, afinal de contas as consequências da sua escolha serão arcadas por você. Comentários ou questionamentos sobre este ou aquele método ou produto não serão respondidos, ou seja - esse assunto tem potencial para gerar grande polemicas, mas o blog se abstém de participar. Sugiro com veemência que o leitor faça a sua própria pesquisa nos fóruns sobre bikes - nacionais e internacionais e tire suas conclusões. Minha DICA: Use o desengraxante utilizado pela bicicletaria que você confia, e algumas marcas tem uma opção para o varejo – menor quantidade (por exemplo Algoo). Lembrando que existe uma miríade de desengraxantes fabricados especialmente para correntes de bicicletas (Park Tool, Pedro’s, Weldtite, Finish Line, WD-40 Bike etc.) que são mais caros devido a importação, e sem esquecer aqueles fabricados para limpeza de correntes de motocicletas tais como Motul Chain Clean C1 e os para uso em automóveis. Resumindo, existem opções para todos os gostos / “religiosidades” e bolsos.  


Evite passar na corrente querosene, thinner, pois eles retiram até a lubrificação que não deve ser eliminada. Outro cuidado é verificar se o desengraxante pode atacar a pintura, caso isso ocorra troque de desengraxante ou desmonte a corrente e limpe-a longe do quadro.

A primeira etapa é determinar se a corrente esta laceada ou não.

NOTA: Usar uma corrente laceada provoca o desgaste desigual da coroa e do pinhão que são componentes muito mais caros que a corrente!!!


Troque a Corrente. A maioria dos ciclistas não colocam novas correntes a cada 1.400 (+/- 2.240 Kms) a 1.800 (+/- 2.840 Kms) milhas, ou pelo menos uma vez por ano. Ande muito tempo com uma corrente velha, e ela irá desgastar o seu cassete e coroas, então você terá que desembolsar para substituir toda a transmissão, e não apenas a corrente. Kopps Cycle, a bicicletaria mais antiga dos USA (1891).


Existem algumas maneiras de determinar isso, vou explicar três delas. A primeira é usar uma ferramenta que mede o desgaste. (2) Outra maneira é medir a corrente com uma régua de aço para ver se ela laceou. Na segunda maneira, a corrente estará inutilizada se ela estiver entre 1/16 e 1/8 polegadas passada da marca representada pelo rebite do décimo-segundo elo da corrente. Na foto abaixo a corrente esta perfeita, pois o centro do rebite esta exatamente em cima da marca de 12 polegadas da régua.

Foto da régua com corrente

Foto da corrente passando as 12 polegadas

Como posicionar a régua: Coloque a marca do zero da régua em POLEGADAS diretamente em cima do primeiro rebite da secção de 12 elos da corrente, ressalte-se que cada elo mede exatamente UMA polegada. Conte 12 elos, e cada elo é composto de uma parte com placa interna e uma parte com placa externa. O rebite do ultimo elo (décimo-segundo) deverá estar alinhado com a marcação de 12 polegadas da régua. Caso o rebite passe mais de 1/16 polegadas dessa marca, a corrente deve ser substituída.  

Foto mostrando a corrente e a régua com 12 polegadas

A terceira maneira consiste em comparar o comprimento da corrente em uso com uma corrente NOVA. Porém, é preciso fazer um cálculo de ajuste. Ou seja, os 12 elos de corrente (que são iguais a um comprimento de 12 polegadas quando novos) não podem ultrapassar a medida de 12 1/16 polegadas. Consequentemente uma corrente usada com 48 elos não deveria ultrapassar 48 e ¼ de polegadas. Use um raio de bicicleta para transpassar os elos das duas correntes e pendurá-las, para poder fazer as medições necessárias.


Se estiver laceada, desgastada basta trocar a corrente e limpar o pinhão e a coroa.

A segunda etapa, caso a corrente ainda esteja boa, é simplesmente lavar a transmissão com um desengraxante, passar uma escova para retirar eventuais detritos que estejam grudados nela.  Repassar o desengraxante, mais uma vez.  Na sequencia secar a corrente removendo os restos do desengraxante. E, depois lubrificar novamente a corrente.


O lubrificante deve ser pingado na parte interna da corrente, aquele lado que “abraça”  o pinhão / coroa.  Assim evita-se que grude poeira na parte externa e na lateral da corrente, e eventuais excessos de lubrificante nessas partes devem ser eliminados com um pano seco e limpo. Não se esquecendo de limpar a coroa e o pinhão com uma escova de dente velha molhada no desengraxante, depois retire os resíduos do desengraxante com a estopa/retalhos de pano.

Importante: é vital para a corrente que ela trabalhe praticamente seca por fora e lubrificada por dentro, para evitar que grude poeira/detritos na lateral da corrente. Por isso é necessário limpar o excesso de lubrificante com um pano bem seco e limpo.


Existe uma alternativa à lubrificação que é passar a corrente já limpa na parafina. Alguns usam um recipiente metálico aonde vai a parafina que é derretida (SEM FERVER) no fogão e a corrente é submersa nisso e retirada quase que imediatamente. No exterior existem potes de cera / parafina específicos para correntes de bike, como os fabricados pela Molten Speed Wax. No site Instructables existe um “tutorial” passo-a-passo de como lubrificar uma corrente usando parafina, AQUI.

Coroa

A coroa precisa ser substituída quando os dentes começarem a ter um formato que lembra “dentes de tubarão”. No caso de fixas, as coroas de aço duram muito mais que uma de alumínio, conforme é mencionado neste artigo “Surly Stainless Steel Chainrings” do site www.63xc.com, AQUI . Vide foto abaixo.

Foto Coroa Dentes de tubarão


Pinhão Fixo

O pinhão fixo também gasta com o uso e quando os dentes começarem a afinar e ficar levemente parecidos com dentes de tubarão, ele deve ser substituído. Neste caso é melhor trocar toda a transmissão, desde que a coroa também esteja comprometida.

A empresa Renold PLC, cujo fundador Hans Renold, um engenheiro suiço radicado na Inglaterra, que foi quem inventou as modernas correntes (roller chain) em 1880, diz o seguinte sobre o desgaste de pinhões, AQUI:

“Pinhão que tenha sido usado além de certo ponto vai causar desgaste da corrente rapidamente e deve ser substituído o mais breve possível. Mas, Quanto o desgaste é muito? E, que tipo de inspeção visual que você pode realizar para determinar isso?”

“Se você olhar para as faces dos dentes do pinhão você verá uma indicação da quantidade de desgaste que já ocorreu. Isto irá ser visto como uma faixa rebaixada e polida, na linha do diâmetro do círculo dos pinos da corrente (PCD - pitch circle diameter), em cada um dos dentes, como mostrado no diagrama abaixo”.


Diagrama da Mensuração do Desgaste do Pinhão 




“Se a profundidade do desgaste, X, atingiu um valor igual a 10% da dimensão Y, então o pinhão chegou ao fim da sua vida útil e tem de ser substituído. É importante ressaltar que usar pinhões de baixo custo, de má qualidade na maioria das aplicações industriais é uma falsa economia. Um pinhão de boa qualidade deve durar mais que a vida de várias correntes antes que a quantidade de desgaste mostrada aqui tenha ocorrido.”

 Importante: Isso se refere a pinhões para fins industriais. Entretanto foi o único lugar que obtive uma resposta quantitativa e abalizada sobre desgaste de pinhões. Em fóruns no exterior é dito algo assim: “O desgaste mostra-se como se os dentes assumissem um perfil de ‘sharkfin’ (dente de tubarão). Ou seja, côncavo no lado que os roletes da corrente puxam contra o dente”. Entretanto, é exatamente isso que é mostrado no diagrama acima da Renold.

Neste post do blog “Pinhão Boone (titânio) Parafusado no Cubo de Disco”, o autor comenta que em um ano ele trocou a correntes três vezes. Conforme ele conta a seguir: “Após uma temporada de uso e três correntes, o pinhão parafusado apresenta apenas leve desgaste. A abrasão aparece nas pontas dos dentes, e há um pouco de marcas dos elos da corrente onde ela toca a base do pinhão. A transmissão (cubo, pinhão, corrente e pedivela/coroa) gira suave e silenciosamente, quase como novo (sempre que substituo a corrente, é isso que acontece)”.

Pinhão Boone de Titanio


Existem ferramentas (Sprocket Checker / Wear Indicator) para determinar o desgaste de engrenagens (K-7) / pinhões, mas nenhuma afirma que é especifica para pinhões de pista. Para serem passiveis de serem usados em pinhões fixos deveriam usar uma corrente de 1/8 (grossa), mas todas mostram o exemplo de uso em um K-7 e a corrente parece ser fina. Existem das seguintes marcas: KMC, Rohloff, Unior. 


Cubos de Fixa

Os cubos de fixa existem com rolamentos e cone/esferas. Os cones/esferas com anel de vedação aguentam melhor as intempéries, e especialmente os cubos de disco convertidos para pinhão parafusado que possuem uma excelente vedação para as ruas, pois são para MTB. É necessário verificar se o cubo não esta com folga, se o eixo esta girando livremente sem rangidos ou “pontos duros”; caso isso não se verifique então ele deve passar por uma manutenção.


Um cubo com folga irá desgastar desigualmente o cone e a bacia. O cone é fácil de substituir, mas a bacia é bem complicada, pois na maioria das vezes não existe reposição e você terá de trocar o cubo. A bacia de cubos antigos top de linha, ainda é possível conseguir na internet, nos demais casos quase que a única alternativa é a canibalização. Uma bacia desgastada desigualmente faz com que a roda fique desalinhada e vai ter folga / “pontos duros”.

Materiais / Ferramentas Necessárias – Cone/Esfera

- duas chaves de cone 13 ou 14 (a grande maioria dos cubos usa essa medida);

- duas chaves de “locknut” (contra-porca).  (Obs.: O “locknut” é que encosta na gancheira).  O normal é usar uma chave estrela 17, mas existem variações entre os fabricantes de cubos. Nota: As chaves de cone e de “locknut”: às vezes são intercambiáveis. Porém a chave estrela não entra no cone. Você precisa verificar qual à medida que serve no seu cubo;

- desengraxante para limpeza, que pode ser até querosene ou outro solvente;

- jogo de esferas. Nota: Esferas tem “grade”, ou seja, nível de qualidade / “esfericidade”. Aquelas usadas por 99,9% das bicicletarias são “grade” 10 ou inferior. Para fins comparativos, a Campagnolo usa “grade” 25, e o mesmo pode ser dito da Shimano quanto aos grupos médios/ top de linha.

A medida padrão para as esferas traseiras é ¼ de polegada, mas na dianteira ocorrem mais variações de tamanho. Por exemplo, cubo dianteiro Quando (chinês) para freio a disco usa esferas de ¼ de polegada!!!

- graxa. Evite usar as graxas com lítio que com o tempo ressecam e atacam borrachas usadas nas vedações. Dependendo das condições climáticas aonde a bike é usada, é melhor usar graxa náutica daquelas usadas na rabeta do motor de popa, tais como: Evinrude Johnson OMC Triple Gard que é a prova d’agua, mas a maioria das graxas náuticas é resistente à água. Nunca usei essa da Evinrude, mas vi a recomendação nos fóruns dedicados às atividades náuticas. A melhor graxa especifica para bikes é a da Phil Wood, que é do mesmo padrão daquelas usadas em bombas submersas. Existem outras marcas de graxa conceituadas: Park Tool Polylube, Pedro’s, Finish Line etc.

Cubos Roletados

Verificar se o anel de vedação está intacto e se os rolamentos estão ou não com folga. Caso estejam com folga ou o anel de vedação esteja danificado eles devem ser trocados. E, esse procedimento é um pouco complicado, e, portanto deve ser feito por um mecânico profissional.

Caixa de Direção – “Old School”

Esse componente também utiliza esferas, e existem algumas que tem um “cartdridge” – neste caso as esferas ficam seladas e requerem muito menos manutenção. Quando fizer a manutenção dos cubos também revise a caixa de direção, nem que seja para trocar a graxa, pois apesar da vedação alguns detritos se infiltram nela.


Materiais / Ferramentas Necessárias – Caixa de Direção

- duas chaves com 32 mm especificam para isso (a grande maioria dos copos usa essa medida – tamanho standard com espiga do garfo com 25.4 mm); e no caso de caixas de direção aheadset basta usar uma chave Allen para desmontá-la;

- desengraxante para limpeza, que pode ser até querosene ou outro solvente;

- jogo de esferas. Nota: Esferas tem “grade”, ou seja, nível de qualidade / “esfericidade”. Aquelas usadas por 99,9% das bicicletarias são “grade” 10 ou inferior. Para fins comparativos, a Campagnolo usa “grade” 25, e o mesmo pode ser dito da Shimano quanto aos grupos médios/ top de linha. Existem variações de tamanho das esferas entre as marcas de caixas de direção standard (25.4 mm).

- graxa. Você pode usar a mesma empregada nos cubos.


MOVIMENTO CENTRAL
Atualmente usa-se basicamente movimento central selado. A exceção são as bikes de pista keirin (NJS) que usam colar de esferas.
Movimento central selado se estiver com folga deve ser substituído. No caso de movimento central NJS devem ter manutenção com mais frequência, pois não possuem vedação. A manutenção de MC keirin é a mesma da caixa de direção, mas você vai precisar de ferramentas especificas para esse tipo de movimento central. Isso é melhor ser feito por uma bicicletaria.

SAPATAS DE FREIO

Basta verificar se as sapatas não estão muito gastas – os sulcos indicadores desapareceram? Ou, se não estão excessivamente lisas. Se os sulcos desapareceram então as sapatas devem ser substituídas por novas. Se estiverem excessivamente lisas, mas com sulcos, elas devem ser retiradas, limpadas e passadas levemente em uma lixa fina.

PEDAIS
Eles também são muito exigidos em uma fixa, principalmente devido aos skids. Precisam ser lubrificados. Ressalte-se que se os pedais são daqueles baratos – tipo plataforma - se estiverem com folga devem ser descartados, pois não vale a pena gastar tempo com a sua  manutenção.
Os pedais que valem a pena dar manutenção são aqueles “old school” modelos top de linha: Campagnolo Aero ou Pista, Ofmega, Gipiemme, Shimano “delta”, MKS, Suntour modelos Superbe Pro ou Cyclone.
A manutenção de pedais é um pouco mais complicada, pois muitos fabricantes fizeram ferramentas especificas para a desmontagem do pedal. Os mais simples de fazer manutenção são aqueles que têm uma tampa externa que dá acesso ao eixo/cone/locknut do pedal. Os mais complicados são os Shimanos estilo “delta” cujo acesso se dá pelo lado do eixo que está rosqueado no pedivela ou ainda os pedais “clipless” dada a variedade.
Os pedais mais simples (os “Old School”) bastam desmontá-los limpar os cones/pistas de esferas e se for o caso trocar as esferas e engraxá-los. O que vai ser necessário é o seguinte:
- uma chave de tampa externa do pedal (existem variações entre marcas);
- um “axle vice” para prender o eixo na morça sem estropiar as roscas;
- chaves apropriadas para desrosquear o “locknut” / cone;
- estopa /retalhos;
- recipiente para limpeza das peças;
- solvente, e pode ser querosene ou similar;
- graxa - você pode usar a mesma dos cubos;
- esferas novas (se for o caso).
Observe ao desmontar a ordem em que estão dispostas as diversas peças que compõe o pedal – tire fotos com o celular, e conte o numero de esferas para colocar o mesmo numero de esferas novas. O procedimento é o mesmo usado no caso da limpeza dos cubos.
Resumindo, a manutenção de pedais mais complicados deve ser deixada a cargo do mecânico da bicicletaria.

RECURSOS ADICIONAIS
Caso você queira expandir o seu conhecimento de mecânica de bicicletas existem as três “bíblias”:
- Sutherland's Handbook for Bicycle Mechanics;

- Barnett's Manual: Analysis and Procedures for Bicycle Mechanics;

- PARK TOOL Big Blue Book of Bicycle Repair.

Boas Pedaladas a Todos,

By MarchaFixa

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